Minha autocrítica exagerada, na maior parte do tempo, é uma grande vilã. Por outro lado, é ela quem me provoca a ter ideias mirabolantes e pensar em novos formatos de entregar o meu trabalho. A partir disso, surgiu um questionamento: “E se a gente começasse a pensar sobre planejamento estratégico de uma forma mais integrada, adaptativa e menos burocrática para as empresas que atendemos?”
Aprendi na pós-graduação todos os passos padrões que compõem um planejamento estratégico e não vejo sentido em reinventar a roda nesse aspecto. Precisamos olhar para análise do ambiente interno e externo, definir norteadores estratégicos para guiar o negócio, pensar em objetivos e metas, desenvolver planos de ações, implementar e executar. Tudo isso é muito importante.
O que passei a olhar de maneira mais criteriosa é COMO construímos isso com as pessoas. Aplicando e vivendo alguns projetos ao lado dos clientes aprendi que planejamento estratégico é um assunto sensível. Em alguns cenários, falar sobre isso pode ser considerado a atividade mais chata do mundo, mexer em lugares que ninguém gostaria de revisitar ou passar o sentimento de uma iniciativa que nunca terá fim dentro de uma empresa.
Estudando diferentes referências e pensando sobre como facilitar esses encontros de forma descontraída, porém estruturada, entendi que o caminho era construir uma metodologia de planejamento estratégico orientada aos 10 tipos de inovação (DICA: Livro dos autores Larry Keeley, Ryan Pikkel e Brian Quinn).
Nos diferentes testes realizados pelo Estúdio Nub, recebemos o feedback que as pessoas passaram a enxergar que estavam construindo uma grande narrativa de negócio alinhada a processos de inovação onde elas mesmas são responsáveis por propor como seria, definir indicadores, distribuir em horizontes de negócio e executar. Sem que percebessem, nós incorporamos todos os conceitos de um planejamento estratégico.
(Se eu te contasse que aplicamos essa metodologia em dois dias com 12 lideranças de uma empresa, você acreditaria? Pois é, eu também não, mas aconteceu e fluiu muito bem. Só que isso é assunto para outro texto).
A verdade é que planejamento estratégico não pode ser algo impositivo. Para que se tenha sucesso, olhe como um exercício de inovação. Faça as pessoas se provocarem sobre como aquele negócio é configurado (modelo de lucro, rede de networking, estrutura e processos), quais são as ofertas (principais diferenciais do serviço/produto e produtos complementares), a experiência (do serviço, canais de comunicação, envolvimento com o cliente e da marca em si) e como esses aspectos podem se conectar com a missão e a visão do negócio e, assim, gerar resultados mais atrativos.